17 de fevereiro de 2006

Em 2001 (cont.)...

A morte procurava-me. E acabou por me encontrar. Colocou-se de frente para mim e a obstruir a unica saída possível. Era isto que me estava destinado. Quanto mais eu fugia dela mais perto estava ela de me encontrar e agora a sua mão agarrava-me um ombro e obrigava-me a olhá-la de frente. Impunha uma fachada de respeito: olhos esganiçados que me devoravam, boca grande e larga de onde saíam medonhas gargalhadas. Era a isto que eu fugia. Mas tinha sido apanhada. Que podia fazer agora? Mostrar o meu medo ou olhá-la de frente e mostrar que também tenho olhos e boca que também podem ser medonhos?! Entretanto ela ganhou tempo e com a sua outra mão agarrou-me o pescoço, apertou-me sufocando-me. Lutei, lutei... e ainda hoje esta luta se mantém. Só haverá um desfecho quando eu perder todo o medo e aí eu ganharei, ou me deixar desfalecer, o medo penetrar nas minhas veias fechando-me os olhos a tudo e cair no chão, não por falta d eforças mas por não acreditar nelas.

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